terça-feira, 29 de novembro de 2016

RELATÓRIO DA I SESSÃO DE ESTUDO 01-11-2016!!!



No dia 01 de Novembro aconteceu no Campus Universitário do Tocantins/Cametá a 1º sessão de estudo e discussão do Projeto de Pesquisa: Formação, Trabalho e Universidade o qual teve início às 13:30hs e como palestrante o Profº. Dr. João Batista, na ocasião esteve presente também o professor Dr. Edir Augusto Dias Pereira, Profº. Msc. Adenil Alves Rodrigues, Profº. Carlos Amorim e a Profª. Msc. Benilda Miranda V. Silva, e também os bolsista: Reliane W. de Souza, Gilvandro F. de Medeiros, Tássio Willian Tavares, Adelmo V. Wanzeler, Alessandro de Sá Guedes  que agregam a equipe de formação do projeto.
O professor João Batista, coordenador do projeto, deu início, agradecendo a equipe do movimento de ocupação do campus/Cametá, pela disposição em ceder o espaço e abertura aos participantes da ocupação no debate.
A temática em questão foi o texto do Dermeval Saviani (2007) - Trabalho e Educação: fundamentos ontológicos e históricos. De inicio lemos um poema de Mauro Iasi – Quando os homens perderem a paciência. E a apresentação da temática discorre da seguinte maneira:
1º- Relação Trabalho x Educação, recorte sobre “ontológico” e “histórico” ou “ontológico-histórico” como termos inter-relacionados. Ou seja,
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS - porque referidos a um processo produzido e desenvolvido ao longo do tempo pela ação dos próprios homens;
FUNDAMENTOS ONTOLÓGICOS - porque o produto dessa ação, o resultado desse processo, é o próprio ser dos homens;
2º- Apresenta a estrutura do texto e algumas questões relevantes:
·         Quais os fundamentos histórico-ontológicos da relação trabalho-educação?
·         Como, não obstante a indissolubilidade da referida relação, se manifestou na história o fenômeno da separação entre trabalho e educação?
·         Como se dá o tortuoso e difícil processo de questionamento da separação e restabelecimento dos vínculos entre trabalho e educação?
·         Como podemos esboçar a conformação do sistema de ensino sob a égide do trabalho como princípio educativo?
·         Como analisar a discussão do controvertido tema da educação politécnica x educação tecnológica?
3º- Fundamentos Históricos-Ontológicos da relação Trabalho-Educação.
Saviani assegura que trabalho e educação são atividades especificamente humanas. Assim, a pergunta sobre os fundamentos ontológicos da relação trabalho-educação traz imediatamente à mente as questões: Quais são as características do ser humano que lhe permitem realizar as ações de trabalhar e de educar? Ou: o que é que está inscrito no ser do homem que lhe possibilita trabalhar e educar? Questões essas que precisam ser refletidas.
4º- Definição de homem
Definição clássica: ANIMAL RACIONAL (Aristóteles) “considerando como próprio do homem o pensar, o contemplar, reputa o ato produtivo, o trabalho, como uma atividade não digna de homens livres”.
Definição de BERGSON (1979), não sugere “Homo sapiens, mas Homo faber”, pela “faculdade de fabricar objetos artificiais”. Expressa a racionalidade, mas é movido pela intuição.
Definição Marxista: Podemos distinguir o homem dos animais pela consciência, pela religião ou por qualquer coisa que se queira. Porém, o homem se diferencia propriamente dos animais a partir do momento em que começa a produzir seus meios de vida, passo este que se encontra condicionado por sua organização corporal. Ao produzir seus meios de vida, o homem produz indiretamente sua própria vida material (MARX & ENGELS, 1974, p.19, grifos do original).
•A ESSÊNCIA DO HOMEM É UM FEITO HUMANO;
•“O SER DO HOMEM E, PORTANTO, O SER DO TRABALHO, É HISTÓRICO”.
5º- Definindo conceito trabalho-educação
TRABALHO: O ato de agir sobre a natureza transformando-a em função das necessidades humanas.
EDUCAÇÃO: O homem não nasce sabendo produzir-se como homem. Ele necessita aprender a ser homem, precisa aprender a produzir sua própria existência. Portanto, a produção do homem é, ao mesmo tempo, a formação do homem, isto é, um processo educativo. A origem da educação coincide, então, com a origem do homem mesmo.
6º- A emergência histórica da separação entre trabalho e educação
O desenvolvimento da produção conduziu à divisão do trabalho e, daí, à apropriação privada da terra, provocando a ruptura da unidade vigente nas comunidades primitivas. A apropriação privada da terra, então o principal meio de produção, gerou a divisão dos homens em classes. Configuram-se, em consequência, duas classes sociais fundamentais: a classe dos proprietários e a dos não proprietários.
7º- Modo de produção escravista (separação entre trabalho e educação).
·               Estrutura social – Aristocracia x escravos;
·               Educação – duas modalidades distintas e separadas: Uma destinada a classe proprietária (homens livres) e a outra destinada a classe não proprietária (escravos e serviçais);
·               Escola – lugar do ócio, tempo livre;
·               Modo de produção feudal – as marcas da igreja católica;
·               Modo de produção capitalista – Colocará em posição central o protagonismo do Estado, forjando a ideia da escola pública, universal, gratuita, leiga e obrigatória, cujas tentativas de realização passarão pelas mais diversas vicissitudes.
8º- Concluindo: a controvérsia relativa à politecnia.
Saviani aborda mais extensamente a questão da educação politécnica no livro Sobre a concepção de politecnia (Saviani,1989), que resultou do Seminário “Choque Teórico” organizado pelo Politécnico da Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz. Nesse momento considerei que na abordagem marxista o conceito de politecnia implica a união entre escola e trabalho ou, mais especificamente, entre instrução intelectual e trabalho produtivo.
Após minuciosos estudos filológicos da obra de Marx, Manacorda concluiu que a expressão “educação tecnológica” traduziria com mais precisão a concepção marxiana do que o termo “politecnia” ou “educação politécnica”.
Assim, não será o uso ou não de determinado termo que as colocará em confronto. Se assim for, posso proclamar sem hesitação: abrirei mão do termo politecnia, sem prejuízo algum para a concepção pedagógica que venho procurando elaborar.
Logo após essas explanações, o professor João Batista apresentou o livro do José Saramago (2013) – Democracia e Universidade, para a próxima sessão de estudo (sendo o segundo encontro), marcada para o dia 16/01/2017. 
E assim, encerrou-se o encontro, o qual contou também com a presença de outras pessoas que se fizeram presente.
Referência
SAVIANI, Dermeval. Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro, v.12, n.34, p. 152165, abr. 2007. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v12n34/a12v1234.pdf>. Acesso em 01 nov. 2016. 
Abraços Virtuais!!!





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