sábado, 11 de março de 2017

III Sessão de Estudo

 Em 08 de Março de 2017

No dia 08 de março de 2017 às 18hs, deu  início no Campus Universitário do Tocantins/Cametá a 3º (terceira) sessão de estudo e discussão do Projeto de Pesquisa: Formação, Trabalho e Universidade, onde esteve presente como palestrante o Prof. Dr. João Batista, Prof. Dr. Eraldo Souza do Carmo, os bolsistas:, Alessandro de Sá Guedes, Reliane W. de Souza , Tássio Willian Tavares e Vadivaldo Gonçalves Pereira, que fazem parte do grupo de pesquisa contribuindo para o enriquecimento do projeto.

Texto: DEMOCRACIA E UNIVERSIDADE
Autor: José Saramago




                
                 Adiante, o coordenador do projeto Prof. Dr. João Batista abriu o encontro saudando a todos e agradecendo pela presença dos demais que ali se encontravam, em sequência apresentou o livro “Democracia e Universidade” de José Saramago no qual todos já tinham conhecimento de uma leitura prévia do mesmo.
De forma contínua e participativa dos ouvintes presentes foi-se apresentado os seguintes tópicos:

EDUCAÇÃO SUPERIOR COMO FORMAÇÃO CIENTÍFICA, PROFISSIONAL E POLÍTICA.
       
                    O ingresso no curso superior implica uma mudança substantiva na forma como professores e alunos devem conduzir os processos de ensino e de aprendizagem. Mudança muito mais de grau do que natureza, pois todo ensino e toda aprendizagem, em qualquer nível e modalidade, dependem das mesmas condições (SEVERINO, 2007).

OBJETIVOS DO ENSINO SUPERIOR (SEVERINO, 2007)

   Formação de PROFISSIONAIS das diferentes áreas aplicadas, mediante o ensino/aprendizagem de habilidades e competências técnicas;
 Formação do CIENTISTA mediante a disponibilização dos métodos e conteúdos de conhecimento das diversas especialidades do conhecimento;
       Formação do CIDADÃO, pelo estímulo de uma tomada de consciência, por parte do estudante, do sentido de sua existência histórica, pessoal e social.
 A universidade, em seu sentido mais profundo, deve ser entendida como uma entidade que, funcionária do conhecimento, destina-se a prestar serviço à sociedade no contexto da qual ela se encontra situada (SEVERINO, 2007).
 Para dar conta desse compromisso, a universidade desenvolve atividades específicas, quais sejam, o ENSINO, a PESQUISA, e a EXTENSÃO. Atividades essas que devem ser efetivamente articuladas entre si, cada uma assumindo uma perspectiva de prioridade nas diversas circunstância histórico-sociais em que os desafios humanos são postos.
 A distinção entre as funções de ensino, de pesquisa e de extensão, no trabalho universitário, é apenas uma estratégia operacional, não sendo aceitável conceber-se os processos de transmissão da ciência e da socialização de seus produtos, desvinculados de seu processo de geração (SEVERINO, 2007).
 Na universidade, ensino, pesquisa e extensão efetivamente se articulam, mas a partir da PESQUISA, ou seja:
  Só se aprende, só se ensina, pesquisando;
 Só se presta serviço à comunidade, se tais serviços nascerem e se nutrirem da pesquisa (SEVERINO, 2007).

CRISES DA UNIVERSIDADE (SANTOS, 1995)
·                              A crise de hegemonia que é presenciada, atualmente, nas universidades, se caracteriza para além da dimensão economicista e produtivista, pois o apelo à prática teve, a partir dos anos sessenta, outra vertente, de orientação social e política que consistiu na inovação da “responsabilidade social da universidade”, perante os problemas do mundo contemporâneo, uma responsabilidade raramente assumida, no passado, apesar da urgência desses problemas e apesar da universidade ter acumulado sobre eles conhecimentos preciosos.
  Já a crise de legitimidade se manifesta no momento em que se torna socialmente visível que a Educação Superior e a alta cultura são privilégios exclusivos das elites sociais. Quando a procura da educação deixa de ser uma reivindicação utópica e passa a ser uma aspiração socialmente legitimada, a universidade só pode legitimar-se quando atender às demandas que lhes são socialmente apresentadas.
   De todas as crises da universidade, a crise institucional (crise de financiamento) é, sem dúvida, a que tem assumido maior intensidade, nos últimos anos. Fundamentalmente, porque nela se refletem tanto a crise de hegemonia quanto a crise de legitimidade, em parte, porque os fatores mais marcantes de sua exacerbação pertencem, efetivamente, ao momento de crise cíclica do desenvolvimento capitalista, que Santos (1995) denomina “período do capitalismo desorganizado”.

DEMOCRACIA E UNIVERSIDADE (SARAMAGO, 2013)
  O significado das palavras não é eterno; a semântica de uma palavra não é imutável, muda como nós mudamos, como muda os usos e os costumes, como mudam as estações.
 O mal [...] é quando a palavra permanece mesmo depois de mudar o seu conteúdo. Então sim, temos um problema, e grave, porque pode acontecer que pensando que dizemos uma coisa estejamos a dizer outra.
 Há no entanto uma armadilha a que devemos escapar: quando a palavra tem um significado concreto e por razões várias, ou sem-razões, se transforma praticamente no seu contrário.
 As palavras que quero trazer aqui ao falar de democracia e universidade não são apenas as que mudaram com o uso, ou as que são equívocas, mas as que equivocam com conscientemente, as que enganam, as palavras que mentem porque quem as diz está a manipular para alcançar objetivos que de outra forma não poderia conseguir.
  Não há solução para a universidade, para os seus problemas, se não se encontra solução para os problemas do ensino primário e médio; é tudo um bloco homogêneo e coerente, tanto para o bem como para o mal.
                          A universidade, por vocação própria e para responder aos desafios do tempo em que vivemos, deveria ser o espaço por excelência onde estes assuntos seriam debatidos. Aprendizagem da cidadania, é o que creio sinceramente que falta. Porque, queiramos ou não, a democracia está doente, gravemente doente, e não sou eu que o digo, basta olhar para o mundo, ver a percentagem de pessoas que não votam que não acompanham a forma como o seu voto é gerido, basta olhar para a rua onde vivemos e o país onde estamos e ver como as coisas funcionam.

No final de sua exposição o Prof. Dr. João Batista encerrou sua apresentação com um questionamento: Quais os desafios da universidade no processo de democratização da sociedade?
Abrindo assim espaço para uma roda de conversa sobre tudo que ali foi exposto, tendo a participação de todos nas temáticas levantadas por cada participante.
Após isso, deu-se por encerrado mais um encontro do projeto!

 REFERÊNCIA

SARAMAGO, JOSÉ. Democracia e Universidade. Ed. UFPA, Lisboa: Fundação José Saramago, 2013.


Abraço Virtual! 




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